Governo busca aprofundar política de divisionismo entre as categorias do funcionalismo federal 1s305a

Publicado em 30 de Abril de 2024 às 18h49. Atualizado em 03 de Maio de 2024 às 09h42

*publicada em 30/04, alterada para mudança de editoria 5r431

Na semana em que a greve nas Universidades Federais, Institutos Federais e Centros Federais de Educação (Cefets) completa 15 dias, chega-se a uma constatação: o atual governo negocia de forma diferenciada entre as categorias do funcionalismo público federal e aprofunda o divisionismo entre as servidoras e os servidores. Há uma grande disparidade salarial e de condições de trabalho entre trabalhadoras e trabalhadores do Executivo em relação ao Judiciário e Legislativo, os três poderes que contemplam a istração Pública Federal.

Particularmente em relação à negociação entre governo e as entidades sindicais representativas das categorias do funcionalismo federal, a negociação “emergencial” de 2023 ilustra muito bem essa postura. Enquanto a maioria das categorias do Executivo – incluindo docentes das universidades, Ifes e Cefets - obteve um reajuste de 9% nas remunerações e cerca de 40% no auxílio-alimentação, servidores e servidoras do Judiciário lograram um índice de 19,25%, divididos em três parcelas (2023, 2024 e 2025), duas delas já recebidas.

O ano de 2024 chegou com a grande expectativa de que houvesse um aperfeiçoamento das negociações junto à Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (SRT/MGI), principal interlocutor do governo junto às entidades sindicais. Contudo, isso não se deu para a grande maioria do funcionalismo federal. Desde o segundo semestre de 2023 até fevereiro deste ano, o governo firmou acordos, separadamente, com oito categorias. 

Acordos até o momento
A reestruturação nas carreiras da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); dos Analistas Técnicos de Políticas Sociais (ATPS); dos analistas de Tecnologia da Informação (TI); da Agência Nacional de Mineração (ANM); da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ocorreu ainda no segundo semestre de 2023. Neste último caso, o acordo firmado prevê um reajuste de 20%, escalonado até 2026.

Já em 2024, foi executada a reestruturação da carreira da Polícia Penal Federal, o que aproximou servidores e servidoras desta carreira aos da PF e da PRF, após anos de reivindicações. Em fevereiro ado, a SRT/MGI firmou o oitavo acordo, com auditores e auditoras fiscais da Receita, para a implementação de um bônus, após uma greve de mais de 80 dias, iniciada pela categoria em novembro de 2023.

Para ampliar o abismo entre as carreiras do Executivo, Legislativo e Judiciário federais, avanço no Congresso Nacional a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 10/2023, a chamada "PEC do Quinquênio", que estabelece um reajuste automático de 5% a magistrados e membros do Ministério Público, o que geraria um impacto de anual de R$ 40 bilhões. Mais do que a questão financeira, esta PEC amplia privilégios e beneficia apenas a alta cúpula do Poder Judiciário, enquanto a base do funcionalismo federal deve amargar mais um ano de reajuste zero.

Pressão das greves
Após a sétima rodada de negociação da MNNP, realizada no último dia 28 de fevereiro, o governo federal continuou reafirmando a política de reajuste zero em 2024, com aumento apenas nos benefícios (auxílios alimentação, saúde e creche), que não contempla aposentados, aposentadas e pensionistas. 

Como a reunião seguinte da MNNP ficou agendada somente para maio, as categorias, em especial da Educação, começaram a se mobilizar e deliberar por paralisações para pressionar pelo reajuste já em 2024. A primeira greve foi iniciada em março, com a paralisação dos técnicos e das técnicas istrativos em Educação (TAEs) das Universidades Federais, base da Fasubra, em 11 de março. Na sequência, TAEs e docentes dos Institutos Federais, base do Sinasefe, iniciaram greve em 3 de abril, e os e as docentes federais da base do ANDES-SN no último 15 de abril.

Após duas semanas de greve docente, o governo continua inflexível em sua posição inicial, mantendo reajuste zero para 2024 e alterando apenas a proposta de reajuste para 2025, com um acréscimo de 4,5% no percentual apresentado inicialmente.  
  
Para Letícia Carolina Martins, 2ª vice-presidenta da Regional Nordeste I do ANDES-SN, a postura do governo desrespeita a categoria docente. “A greve nas federais tem tirado o governo do seu estado de letargia, entretanto, a contraproposta do governo segue desrespeitando a categoria docente, colocando-a em desprestígio em relação a outras categorias. É por isso, que a greve segue se fortalecendo em todo o país. Exigimos respeito à carreira docente tão precarizada e a reposição dos orçamentos das instituições federais de ensino, muito defasados. Enquanto, mais uma vez, o governo tarda para convocar nova reunião para negociação, a categoria segue mobilizada”, avalia.

Dinheiro tem!
Há anos, os estudos da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) trazem dados e argumentos reforçando que há recursos disponíveis no Orçamento da União para serem direcionados aos direitos sociais, como Saúde, Educação, Previdência, Segurança Pública, dentre outros. Segundo a ACD, o que falta é vontade política do governo federal em atender as demandas dos servidores e das servidoras que amargam perdas inflacionárias de mais de 45%, em média, e valorizar o serviço público e seus trabalhadores e suas trabalhadoras.

O ANDES-SN reivindica um reajuste de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06%, aplicado nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026. A greve na base da Educação segue firme. A próxima reunião de negociação ainda não tem data definida.

Leia também:
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