Empresa que gere cemitérios vence leilão de escolas estaduais em São Paulo 6z473t

Publicado em 31 de Outubro de 2024 às 10h14. Atualizado em 31 de Outubro de 2024 às 10h15

O Consórcio Novas Escolas Oeste SP foi o vencedor do lote oeste no leilão da Parceria Público-Privada (PPP) de Novas Escolas, realizado nessa terça-feira (29) na Bolsa de Valores de São Paulo, por R$ 3,38 bilhões. A iniciativa faz parte do Programa de Parcerias e Investimentos do Estado (PPI-SP), sob a gestão do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e levanta sérias preocupações sobre a direção da política pública.  1a5n5q

Por mês, o governo estadual pagará ao Consórcio R$ 11,9 milhões para construir e istrar 17 escolas, durante 25 anos de concessão. Além da construção das unidades, o Consórcio Novas Escolas Oeste SP, que tem como empresa líder a Engeform, será responsável pela manutenção, conservação dos prédios, gestão e operação dos serviços (não pedagógicos) das unidades no lote oeste, como alimentação, jardinagem e vigilância. 

Nesse lote, serão construídas escolas estaduais nas cidades de São Paulo: Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga. 

A Engerform é uma das empresas da concessionária Consolare, que assumiu um dos blocos da maior concessão para gestão e operação de sete cemitérios e serviços funerários da cidade de São Paulo pelos próximos 25 anos. A empresa também faz parte da Teen Imobiliário, que ganhou dois lotes da PPP Habitacional do Brasil, responsável pela construção de 3.800 unidades habitacionais nos bairros Mooca e Ipiranga.

O PPI-SP abrange, pelo menos, 24 projetos de concessão e privatização em setores essenciais, como rodovias, mobilidade urbana, água, energia, educação e serviços sociais. Recentemente, o governo de SP sancionou a Lei Complementar (LC) 1.413, que reestrutura as atribuições das agências reguladoras estaduais responsáveis pela fiscalização de serviços públicos concedidos à iniciativa privada, afetando diretamente esses setores. Essa mudança não apenas amplia o poder das agências reguladoras, mas também levanta questões sobre a efetividade da supervisão e a proteção dos interesses da população em um contexto de crescente privatização.

Segunda etapa
No dia 4 de novembro, ocorrerá um segundo leilão da PPP Novas Escolas. Serão 16 unidades no lote leste, a serem construídas em Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.

No total serão 33 novas escolas com mais de 900 salas de aula. Além das atribuições pedagógicas, que, segundo o governo de SP, continuarão sob responsabilidade da Secretaria da Educação do estado, o governo paulista vai coordenar e fiscalizar a execução do contrato por meio da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).

Protesto
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) se manifestou contra a privatização das escolas e reforçou que toda a gestão de uma escola pública deve ser pública e democrática. Durante o leilão, além da Apeoesp, entidades e associações de defesa da educação pública e representantes de partidos políticos fizeram uma manifestação contra a concessão.

Em boletim divulgado na terça (29), a Apeoesp declarou que o governador Tarcísio de Freitas e seu secretário de Educação, Renato Feder, estariam promovendo a venda de escolas públicas na Bolsa de Valores, acompanhados por aplausos de empresas privadas interessadas em "explorar serviços" nessas unidades de ensino, assim como ocorre com a exploração de negócios em estradas privatizadas. “O mais grotesco é que a empresa vencedora deste primeiro lote, a Engeform, istra sete cemitérios na capital”, afirmou a entidade.

Para a Apeoesp, os recursos destinados à Educação devem ser aplicados na valorização de profissionais que promovem a qualidade do ensino, e não direcionados ao lucro de empresários. “É uma falácia tentar separar o ‘trabalho pedagógico’ das demais funções nas nossas escolas. Por meio da gestão democrática, cabe à direção e ao Conselho de Escola coordenar as atividades de uma unidade escolar em sua totalidade”, afirmou.

Outros ataques
Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa de SP (Alesp) aprovou, sob protestos e violência contra manifestantes, uma proposta que cria escolas cívico-militares na rede estadual e municipal de São Paulo. O programa está suspenso após decisão do Tribunal de Justiça de SP.

Além disso, o governo tem investido contra as universidades estaduais, dentre eles, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023 que reduz o investimento em educação de 30% para 25% e a possibilidade de redução em até 30% no orçamento para a Fapesp.

Em setembro, Tarcísio de Freitas sancionou a Lei Complementar (LC) 1.413, que reestrutura as atribuições das agências reguladoras estaduais responsáveis pela fiscalização de serviços públicos concedidos à iniciativa privada. Na prática, a nova lei amplia poder de agências reguladoras e acelera privatizações de serviços públicos. (https://is.gd/2xY0XW)

Também no mês de setembro deste ano, o deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo) protocolou, na casa legislativa, o Projeto de Lei 672/2024, que prevê a implementação de mensalidades nas universidades públicas paulistas.

Foto de Capa: Natã Romualdo/Pexels

Com informações da Agência Brasil

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