Deputado estadual do MS quer proibir novas formas de flexão de gênero 402p2v

Publicado em 27 de Julho de 2021 às 16h05. Atualizado em 27 de Julho de 2021 às 16h12

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O deputado estadual do Mato Grosso do Sul Marcio Fernandes (MDB) apresentou, no início de julho, um projeto de lei que veda, expressamente, a utilização de novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa pelas instituições de ensino e bancas examinadoras de seleções e concursos públicos no estado. O Projeto de Lei 212/2021 está em tramitação na Alems e foi encaminhado para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).

De acordo com a proposta, a vedação é válida para instituições de ensino independentemente do nível de atuação e da natureza pública ou privada. De acordo com os dispositivos do projeto, “nos ambientes formais de ensino e educação, é vedado o emprego de linguagem que, corrompendo as regras gramaticais, pretenda se referir a gênero neutro, inexistente na língua portuguesa”.

O projeto soma-se a tantos outros que surgiram impulsionados pelo movimento “Escola sem partido” e que visam interferir na autonomia político-pedagógica e de cátedra das instituições públicas de ensino. A proposta ignora o machismo estrutural que pera a construção cultural da língua portuguesa e desconsiderando a importância social de uma linguagem inclusiva.

Raquel de Brito Sousa, da coordenação do Grupo de Trabalho em Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, aponta duas perspectivas muito preocupantes contidas em projetos como esse do Mato Grosso do Sul e outros que tramitam em diversas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais pelo Brasil: o ataque à autonomia didático-pedagógica e o avanço do conservadorismo no país.

“Ao proibir o uso de flexões de gênero, dentro da perspectiva que esse e outros projetos de lei colocam, isso fere a autonomia dos professores e professoras no processo de ensino e aprendizagem. Fere, também, a autonomia das instituições no processo de ensino e, ainda, nos seus trâmites istrativos”, explica. 

A 1ª vice-presidente da Regional Pantanal do Sindicato Nacional reforça ainda o caráter conservador dessas medidas, que têm como base o projeto “Escola Sem Partido” e resgatam a chamada “ideologia de gênero”, o que representa um entrave ao avanço na pauta da diversidade de gênero como parte do processo educacional. 

“Esses projetos de lei reforçam o machismo, a homofobia e a heteronormatividade estrutural e institucional. Trata-se de um retrocesso, de um avanço do conservadorismo frente às lutas e às bandeiras das mulheres e do movimento LGBTQIA+ na luta contra o preconceito e pelo respeito à diversidade sexual e de gênero”, ressalta a docente.

Escola sem mordaça
No final de 2020, a Frente Escola Sem Mordaça divulgou o estudo "6 anos de projetos 'Escola Sem Partido' no Brasil: Levantamento dos Projetos de Lei Estaduais, Municipais, Distritais e  Federais que censuram a liberdade de aprender e ensinar". A pesquisa mapeou os projetos de censura à liberdade de cátedra apresentados nas câmaras municipais, assembleias estaduais, distrital e Congresso Nacional no Brasil. De acordo com o levantamento, de 2014 a 2020, já haviam sido apresentados 237 projetos nesse sentido, sendo 214 em municípios, estados e no distrito federal e mais 23 projetos apresentados no Congresso Federal.

Em relação à proibição do uso da linguagem neutra, por exemplo, tramitam na Câmara dos Deputados, desde novembro de 2020, os projetos de lei 5198/20, do deputado Junio Amaral (PSL-MG), e o PL 5248/20, do deputado Guilherme Derrite (PP-SP).

* Com informações da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

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